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Materiais e Técnicas

Pragas do Pepino, conheça esses criminosos!

  • Foto do escritor: 123jesnb
    123jesnb
  • 25 de abr. de 2018
  • 7 min de leitura



Oídio

O oídio, cujo agente causal é o fungo Podosphaera xanthii (Sphaerotheca fuliginea) é uma doença muito comum entre as cucurbitáceas, entre elas o pepino. Este patógeno encontra condições favoráveis para desenvolvimento principalmente em cultivos sob ambientes protegidos. Os sintomas são visíveis nas partes aéreas das plantas, mas as folhas são mais atacadas. Os sintomas se iniciam pelo crescimento branco pulverulento formado por micélio. A coalescência das manchas pode afetar toda extensão da área foliar das plantas. O uso de cultivares resistentes é a maneira mais econômica de controle, contudo, nem sempre possível de ser adotado. O controle químico é o método mais indicado e geralmente fungicidas a base de enxofre dão bons resultados. No entanto, em condições mais favoráveis à doença, fungicidas sistêmicos como os triazóis são os mais indicados pela maior eficiência de controle. O tratamento deve ser iniciado logo na presença dos primeiros sintomas, os quais ocorrem na parte inferior da folha. Geralmente uma a duas pulverizações são suficientes para o controle dessa doença.


Antracnose

A antracnose é uma doença causada pelo agente etiológico Colletotrichum gloeosporioides f. sp. cucurbitae. É uma enfermidade muito importante na cultura do pepino tanto pela frequência quanto pelos danos causados. Nas folhas, os sintomas se iniciam com o encharcamento do tecido, seguido de necrose. As lesões formadas podem variar de milímetros até centímetros e caracteriza-se por uma mancha circular de cor parda com centro mais claro. Em estádios mais avançados da doença constatam-se extensas áreas necrosadas pela coalescência das manchas. Nas hastes e pecíolos os sintomas se caracterizam por lesões de formato elíptico, deprimidas e coloração variando de cinza a pardo. Em condições de alta umidade, estas podem apresentar os esporos dos fungos que são formados por uma massa rosada.

Nos frutos os sintomas são circulares a elípticos, deprimidos e podem apresentar a massa rosada de esporos do fungo em estádios mais avançados. As principais medidas de controle são o uso de sementes sadias, já que se constitui de grande fonte de inóculo; destruição de restos culturais e de outras cucurbitáceas silvestres que possam estar presentes; rotação de culturas com espécies antagônicas a proliferação do fungo; utilização de cultivares resistentes que é a medida mais barata. As cultivares de pepino Runner (aodai) e os pepinos de conserva Colônia, Guairá, Premio Supremo são exemplos de cultivares resistentes a antracnose.

O controle químico com fungicidas protetores (mancozeb, chlorothalonil ou cúpricos) ou sistêmicos (benomyl ou thiabendazóis) é o método mais utilizado. Essa doença requer cuidados especiais quando o pepino é cultivado em sistema de cultivo protegido. Nessa condição a água de irrigação deve ser bem manejada a fim de não favorecer o ataque de antracnose. Nesse sistema também é necessário a manutenção e controle da temperatura e ventilação interna das casas de vegetação.


Cancro-das-hastes

O cancro-das-hastes (podridão de micosferela) é uma doença causada pelo fungo ascomiceto Dydimella bryoniae. É uma doença muito importante para o pepino, principalmente em regiões úmidas. Este patógeno pode atacar qualquer parte da planta. Nas mudas ocorre o tombamento pela necrose do colo e nos cotilédones ocorrem manchas necróticas que evoluem e atingem o caule das plântulas. Nos ramos, ocorre o encharcamento com exsudação de goma de coloração parda, passando a cinza e com numerosos corpos de frutificação de coloração negra.

As lesões podem atingir todo o caule levando a morte da parte aérea acima da lesão. Esses sintomas no colo da planta são facilmente confundíveis com outros ataques de fungos como Fusarium ou Diaporthe e a diagnose correta da doença só é possível em laboratório de micologia. Nas folhas os sintomas são manchas circulares de coloração parda variando de alguns milímetros até alguns centímetros de diâmetro. Em estádios mais avançados também é visível a formação de corpos de frutificação negros.

Esse fungo sobrevive em restos culturais, sementes e solo. O inóculo é disperso pela água a curtas distâncias e pelo vento a longas distâncias. As medidas de controle mais indicadas são a rotação de culturas com espécies que não sejam da família das cucurbitáceas, sementes tratadas com fungicidas como captan e thiram, evitar locais com excesso de umidade, evitar locais próximos a outras culturas de cucurbitáceas e rigoroso controle da água de irrigação em ambientes de cultivo protegido.


Míldio

O míldio é uma doença muito comum no pepino causado pelo fungo Pseudoperonospora cubensis sendo favorecida por umidade e temperatura amenas. É um parasita obrigatório e pertence à classe dos Oomycetes. A disseminação ocorre pelo vento e respingos de chuva e em condições de alta umidade nas folhas e temperaturas entre 16 a 22o C esse patógeno encontra condições adequadas para a germinação dos esporângios para a produção dos zoósporos.

Os sintomas se iniciam pela parte inferior da folha sob a forma de manchas cloróticas e angulosas que se alastram pelo limbo. A evolução dos sintomas se dá pelo aumento do número de manchas, principalmente ao longo das nervuras, enquanto na parte inferior da folha encontram-se manchas encharcadas as quais, formam esporângios e esporângióforos de coloração verde oliva a púrpura. Essas manchas, em estádio avançados, tornam-se necrosadas, reduzindo a área foliar e causando séria redução na produtividade da cultura.

As medidas de controle mais eficientes são utilizar cultivares resistentes e evitar plantios em locais favoráveis a doença. O controle químico é eficiente com fungicidas protetores (mancozeb, cúpricos ou chlorothalonil) ou, sistêmicos (metalaxil-M ou azoxistrobina).


Mancha-zonada

A mancha-zonada ou mancha de Leandria é causada pelo fungo Leandria momordica. É uma doença muito comum na região sudeste nas épocas mais quentes e úmidas do ano. Os sintomas têm início com pequenas manchas encharcadas que após a necrose tornam-se esbranquiçadas (Figura 8). Em seguida essas necroses evoluem e subdividem-se em pequenas áreas angulosas.

Em estádios mais avançados as manchas angulosas passam a arredondadas e coalescem. Os corpos de frutificação do fungo aparecem na parte inferior da folha sob a forma de pequenos corpúsculos pretos arredondados e isolados. Dentre as medidas de controle da mancha zonada destacam-se a escolha de locais menos sujeitos ao excesso de umidade, lugares bem arejados, a rotação de culturas com espécies não cucurbitáceas, uso de cultivares resistentes, e o controle químico com produtos protetores (chlorothalonil) ou curativos (tebuconazol ou azoxistrobina).


Mancha-angular

A Mancha-angular é uma doença bacteriana causada por Pseudomonas syringae pv. lachrymans. Em condições favoráveis essa doença torna-se um grande problema, pois não existem cultivares resistentes e os produtos fitossanitários recomendados não apresentam alta eficiência no controle.

Essa bactéria pode atacar folhas, pecíolos, ramos ou frutos. Nas folhas os sintomas são manchas encharcadas, angulosas e limitadas pelas nervuras. Em seguida as áreas atacadas tornam-se necrosadas, de coloração cinza e depois pardacenta, as quais podem coalescer e atingir extensas áreas de aspecto brilhante. As condições favoráveis a doença são temperatura elevadas (24 a 28o C) e umidade (chuvas frequentes, orvalho e sob cultivo protegido, condensação de água em partes aéreas das plantas).

Nos frutos os primeiros sintomas são pequenas manchas encharcadas que se tornam necróticas. Essas lesões, quando cortadas, permitem verificar os sintomas em toda sua extensão, inclusive em tecidos vasculares e nas sementes. Em estádio mais avançado, os frutos apodrecem pelo oportunismo de bactérias do gênero Erwinia.

As medidas de controle para mancha-angular devem ser preventivas, já que o controle químico se mostra pouco eficiente. Em cultivo protegido deve-se fazer o adequado manejo com a aeração das casas de vegetação evitando o excesso de água. Outras medidas possíveis são a rotação de culturas com espécies que não sejam da família das cucurbitáceas por um período mínimo de dois anos, o tratamento de sementes com ácido lático a 2% por 20 minutos, o manejo adequado da água de irrigação, evitar o excesso de adubação nitrogenada e o controle químico com fungicidas a base de cobre (hidróxido de cobre ou oxicloreto de cobre). Contudo, salienta-se que produtos a base de cobre podem causar fitotoxidez a cultura do pepino, se utilizado em doses não recomendas pelos fabricantes.


Viroses

No Brasil, sete viroses já foram relatadas causando sintomas nas cucurbitáceas, contudo o vírus que frequentemente causa os maiores prejuízos é o da mancha-anelar do mamoeiro ou PRSV-W (Papaya ringspot virus - type W). As perdas decorrentes do ataque dessa virose podem ser elevadas comprometendo a produção. Sua ocorrência é mais comum em regiões tropicais e podem ser transmitidos por mais de 20 espécies de pulgões de maneira não-persistente ou por inoculação mecânica, não sendo relatada a transmissão via sementes. Os sintomas iniciais da PRSV-W é o amarelecimento entre as nervuras, seguido de mosaico e deformações na folha. As plantas com sintomas apresentam-se definhadas e os frutos podem estar deformados com alteração na cor.

O controle dessa virose envolve algumas medidas, que associadas dão melhores resultados. O uso de cultivares resistentes é o melhor método, sendo que existe no mercado algumas cultivares de pepino que são resistentes. Algumas técnicas culturais também podem ajudar no controle, dentre elas a cobertura do solo com material repelente (quando associado à aplicação de óleo mineral dão os melhores resultados), evitar o plantio de pepino próximo a lavouras velhas de cucurbitáceas, eliminação de restos culturais e eliminação de plantas que possam ser hospedeiras desta virose. O controle químico dos pulgões também é efetivo no controle do PRSV-W.


Nematoide-das-galhas

Os nematoide-das-galhas (Meloidogyne incognita e M. javanica) podem causar sérios prejuízos à cultura do pepino. Plantas atacadas por nematóides perdem o vigor, apresentam deficiência mineral, pois o sistema radicular fica comprometido e sintomas de estresse hídrico nas horas mais quentes do dia mesmo com adequada umidade do solo. Além disso, as plantas atacadas podem exibir baixa produtividade e qualidade dos frutos. No sistema radicular é possível observar engrossamento irregular e formação de galhas.

O controle de nematoide-das-galhas na cultura do pepino deve ser preventivo, ou seja, deve-se fazer o alqueive que consiste em revolver o solo nos períodos mais secos do ano deixando o solo exposto a insolação; evitar áreas infectadas com nematóides; rotação de culturas com plantas antagonistas ao desenvolvimento desses patógenos. Culturas como braquiárias, mucuna preta, cravo-de-defunto, crotálaria, são exemplos dessas plantas. O controle químico não é indicado, pois não existe nenhum produto registrado para o controle de nematóides-das-galhas para a cultura do pepino junto ao MAPA.


Desordens fisiológicas

O pepino pode apresentar algumas anomalias fisiológicas como a barriga-branca, a podridão-da-ponta e o formato anormal. A barriga-branca se desenvolve em cultura rasteira, quando cultivares que apresentam frutos de coloração verde-escura (tipo aodai) crescem em contato com o solo, por falta de luz. Esse é o motivo pelo qual o pepino do segmento aodai é cultivado exclusivamente sob a forma tutorada. O tipo caipira é o único pepino que pode ser cultivado em campo aberto, pois sua cor clara mascara a barriga-branca.

O formato anormal pode ser o resultado de deficiências nutricionais, principalmente nitrogênio e potássio. Desta forma justificam-se as adubações em cobertura, principalmente em híbridos ginóicos. Além da deficiência mineral a polinização em pepino do grupo japonês também pode favorecer o formato fora dos padrões comerciais para este segmento. Por isso esse grupo deve ser cultivado de forma tutorada e em cultivo protegido, evitando assim o contato com insetos polinizadores.

A podridão-da-ponta pode ser desenvolvida por polinização deficiente em cultivares dependentes de polinização entomófila para o desenvolvimento do fruto. O pólen do pepino é de difícil dispersão pelo vento. Assim, o mesmo é disperso por insetos, principalmente abelhas. É por essa razão que as aplicações de inseticidas na cultura devem ser realizadas no período da tarde, deixando o período da manha para os insetos realizarem a polinização.



Fonte: "A cultura do pepino, Circular técnica 113, ISSN 1415-3033"


 
 
 

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